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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013



"A felicidade no casamento é apenas uma questão de sorte. Mesmo que os noivos conheçam mutuamente as suas tendências  mesmo que essas tendências sejam semelhantes, isso em nada contribui para a sua felicidade posterior. As diferenças, que se acentuam com o tempo, são sempre suficientes para que se venha a sofrer o seu quinhão de amargura; é melhor conhecer o menos possível os defeitos da pessoa com a qual temos de passar a vida." (AUSTEN, Jane. Orgulho e preconceito. trad. Lúcio Cardoso. São Paulo: Abril, 2010. p. 32.)

2 comentários:

  1. A empreita humana desde a invenção da razão esclarecida é conhecer para dominar, saber para controlar. Em um relacionamento, a felicidade não está na correspondência entre o que sabemos/esperamos do outro e o que ele é de verdade. Um relacionamento se estabelece a partir daquilo que é silenciosamente velado, pois deixa o outro ser mistério que se revela; o oculto que surpreende; um eco que se expressa quando silencia-se.

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  2. Acho essa posição da Austen muito discutível. Penso que qualquer escolha, por mais coragem que exija, deve ser feita em estado de profundo conhecimento e lucidez daquilo que se está a abraçar. Antes conhecer o lado noturno de cada um de nós e de nossos parceiros, que mergulharmos ingenuamente em um compromisso e termos uma desagradável surpresa. Se, uma vez conhecendo a verdadeira natureza do ser amado, recuarmos, pelo menos o fizemos a tempo, antes de um vínculo maior.
    Seja como for, nossa missão, como seres humanos, é aprendermos a conviver e a respeitarmo-nos na diferença. Do contrário, que mérito haveríamos de acumular?

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